Terceirização e os importantes papéis do RH

Por Márcia Almström, Diretora de Recursos Humanos do ManpowerGroup 

 

O país vive hoje uma realidade de desafios na qual a estagnação econômica, as incertezas políticas e o forte questionamento quanto aos padrões éticos de líderes e representantes políticos definem a complexidade do nosso momento. Indiscutivelmente, questões de governabilidade e estratégia para a retomada do crescimento estão no topo da agenda de todos os brasileiros. 

No aspecto de Gestão de Pessoas, as pesquisas ManpowerGroup igualmente evidenciam grandes rupturas nos modelos de negócios e nas práticas de gestão de RH, denominando esse momento como “Human Age”, no qual o potencial humano passa a ter tamanha importância para o sucesso das organizações nunca antes identificada.

Estudos do grupo descrevem que, em vários países no mundo, ainda persiste a escassez de talentos e no Brasil 43% das empresas pesquisadas relatam a dificuldade de preencher as vagas que buscam os perfis técnicos. A baixa expectativa de contratação para o próximo trimestre por parte dos empregadores de +2% é a mais positiva nos últimos 2 anos.

A presença da geração milênio é projetada em 35% da força de trabalho nas empresas em 2020, imprimindo grandes mudanças na relação com o trabalho, perspectivas de carreira e, surpreendentemente, apontando novos padrões de engajamento e dedicação desses profissionais. O mundo corporativo está se transformando e a tecnologia propicia a automação de 45% das atividades hoje desenvolvidas pelas pessoas e sinaliza o desconhecimento de 65% das funções e cargos do futuro breve para a geração Z que ingressará no mercado. O estudo “A Revolução das Competências”, realizado pelo ManpowerGroup junto a 18 mil empresas ao redor do mundo, confirma a ruptura que vivemos e a capacidade de aprendizagem como fator de empregabilidade para as pessoas.

É nesse cenário de novos paradigmas que o tema da modernização das leis trabalhistas passa a ter relevância no que tange ao favorecimento da geração de emprego como mola propulsora para a retomada do crescimento. A aprovação da lei 13.429/17, que a altera a lei 6.019/74 e que passa a legislar o trabalho temporário e a terceirização, e o projeto de lei 6.787/16, que propõe alterações na CLT, aprovado na Câmara dos Deputados e em aprovação no Senado, são avanços concretos nessa direção. As estratégias para geração de emprego visam regulamentar a “relação de contratos entre empresas” e também a “relação de trabalho entre as empresas e empregados”.

A terceirização passa a ter sustentação jurídica, dentro da qual a responsabilidade trabalhista passa a ser subsidiária e os serviços prestados podem ser realizados dentro ou fora das dependências da empresa contratante. Surge, assim, mais uma forma de contratação de pessoas no esforço de aumento da competitividade das empresas. Por consequência, as empresas podem obter maior foco no seu core business, índices mais elevados de eficiência, ganhos de produtividade, redução de custos e menor impacto na escassez de talentos.

Mais uma vez, as áreas de RH assumem papéis de destaque nas organizações: na participação das decisões de terceirização, definição da estratégia da composição da força de trabalho, construção de parcerias estratégicas e gestão adequada de terceiros. Ao RH cabe ser o grande Especialista na Oferta e Demanda de Talentos, o Promotor e Guardião da Marca e o Designer de Novos Modelos de Trabalho para geração de valor às organizações.

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