Como a gratidão pode nos tornar mais felizes

Por Marcelo Queiroz / Life & Business Coach no Instituto Marcelo Queiroz [marcelo@institutomarceloqueiroz.com.br]

Praticar a gratidão transforma nossa maneira de ver o mundo e nos torna mais felizes. Agora, ciência começa a descobrir como esse hábito simples atua em nosso cérebro


Hábitos diários simples são capazes de transformar nossa mente de forma muito positiva, numa espiral ascendente rumo a uma vida mais saudável e feliz. Isso é o que indicam as pesquisas realizadas pelo doutor Alex Korb, um PhD em neurociência e pesquisador pela Universidade da Califórnia (UCLA), que estudou o cérebro por mais de dez anos em busca de uma maior compreensão da depressão.

Korb reuniu todo conhecimento acumulado no livro “A espiral ascendente: Usando a neurociência para inverter o curso da depressão, uma pequena mudança de cada vez” 1, que traz uma série de ideias capazes de, como o próprio título diz, criar um espiral ascendente de felicidade em sua vida.

Um dos hábitos destacado no livro está a gratidão. Sim, a gratidão! Muitas pessoas ainda não aderiram à prática regular da gratidão e algumas, infelizmente, desenvolveram um pouco de preconceito contra a prática, em parte devido a certa banalização do “#gratidão” pelas redes sociais.

Mas, se você não pratica a gratidão regularmente é melhor rever seus conceitos. Segundo o doutor Korb, sentir-se grato ativa a região do tronco cerebral que produz dopamina, além de aumentar o nível de serotonina. Dopamina é um neurotransmissor fundamental para a motivação, o foco e a produtividade, enquanto a serotonina é um hormônio que regula o humor, o sono, o apetite, o ritmo cardíaco, a temperatura corporal e outras funções – também conhecido popularmente como o hormônio do bem-estar.

Fazer uma forcinha para pensar naquilo que o faz sentir gratidão é algo que realmente vale a pena. “Tentar pensar em coisas pelas quais você é grato, faz com que você se concentre nos aspectos positivos de sua vida. Este ato simples aumenta a produção de serotonina no córtex cingulado anterior”, afirma o doutor Korb.

Contudo, não é apenas a gratidão em si o que importa. Sabe a velha frase de que é “mais importante a jornada que o destino”? Então, essa frase é válida para a gratidão.

Esforçar-se para ver o valor de tudo aquilo de bom que acontece em seu dia-a-dia, por mais corriqueiro que seja, e então sentir-se grato por isso, é um exercício poderoso para desenvolver a inteligência emocional.

Segundo o doutor Korb, estudos indicam que a inteligência emocional aumenta a densidade de neurônios tanto no córtex pré-frontal ventromedial quanto no córtex pré-frontal lateral, tornando essas áreas mais eficientes. Essas regiões do cérebro estão envolvidas na maioria dos nossos comportamentos, cognição e emoções, faculdades diretamente envolvidas em nossa capacidade de reconhecer coisas positivas e ser grato por elas. Isso gera um efeito cumulativo onde os benefícios se realimentam e se acumulam em um ciclo virtuoso: gratidão leva ao desenvolvimento da inteligência emocional, o que torna o ato de ser grato cada vez mais fácil, fazendo com que a inteligência emocional fique ainda mais fortalecida, e assim sucessivamente.

1 – “The Upward Spiral: Using Neuroscience to Reverse the Course of Depression, One Small Change at a Time”, escrito por Alex Korb PhD e Daniel J. Siegel e editado pela New Harbinger Publications

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